É impressionante como certas pessoas se contentam com o superficial, com o falso, com o ilusório. Definitivamente, não sou desse tipo de pessoa.
Não consigo dizer que amo sem amar, ser amiga sem ser confidente. Não sei fingir que gosto se, na verdade, não gosto mesmo. Não sei fingir que está legal quando os pensamentos negativos não saem da minha cabeça, quando a vontade de fugir é muito maior do que a de ficar, quando a frustração insiste em sair escorrendo pelo meu rosto.
Hoje acordei com uma corda no pescoço. De fato, já fazia um tempo que ela estava ali, mas é que só hoje ela resolveu me apertar com mais força; só hoje ela se fez presente.
A corda me aperta muito hoje; ela incomoda, coça, machuca. A corda me prende com um nó forte, apertado… longe.
As minhas mãos, sozinhas, jamais a alcançarão. É preciso que me ajudem, que me olhem, que me percebam, que me queiram feliz. Porque sozinhas, minhas mãos só conseguirão me apertar ainda mais.
Para folgar, preciso de ajuda. E eu ainda quero ajuda. Mas se a corda insistir em apertar, em incomodar e em me frustrar, terei que apertá-la, terei que morrer para me ver livre, folgada, sem apertos, coçeiras, machucados.
Terei que morrer para voltar a viver novamente.
Há algumas pessoas, como eu, que não se contentam com o incompleto. Ou tem ou não tem. E se é para não ter, que termine este sofrimento e que não se tenha logo de uma vez.
Não me peça para fingir que não sinto a corda me apertando. Não me peça para fingir que ela não está aqui. Não adiante - mais cedo ou mais tarde, ela dá mais uma apertadinha e eu volto a sofrer novamente.
Não gosto de fingir estar feliz; estar feliz em partes, em momentos de esquecimento, não é estar feliz, ser feliz.
Felicidade, ou tem ou não tem.
E se acorda não afrouxa, e se com a corda eu não posso ser feliz…
…Que meus pés empurrem para longe o banco no qual estou em pé.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
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